Você acredita em ETs?





De tempos em tempos, surgem notícias sobre objetos voadores não identificados ou seres extra-terrestres. Em outubro, turistas ingleses afirmaram ter visto um ET na floresta amazônica. O caso teria sido publicado pelo tablóide The Sun e um vídeo foi divulgado.
No início de novembro, o portal Último Segundo publicou entrevista com o ator Carlos Vereza, que disse ter filmado discos voadores da janela de seu apartamento no Rio de Janeiro. A gravação foi feita pelo celular e Vereza, que é espírita, revelou ter presenciado vários tipos de fenômenos.
Recentemente, através de um documento assinado pelo especialista em política espacial Phil Larson, o governo americano negou formalmente que tenha evidências da existência de vida fora do nosso planeta ou que seres extraterrestres tenham tentado ou estabelecido algum tipo de contato.
Já escrevi sobre o tema para o Jornal Paulista em 2002, quando entrevistei o ufólogo Luiz Ricardo Geddo.
Assunto curioso. Acompanhe:


Verdades e mentiras sobre OVNIs e vida extraterrestre
Luciana de Melo
para o Jornal Performance Paulista

Notícias sobre seres de outros planetas e discos voadores geralmente são recebidas com sarcasmo ou, no mínimo, ceticismo. Mas o que há de verdade e mentira na área da Ufologia? Se existem, os extraterrestres são “do bem”, como o ET do filme de Steven Spielberg, ou atacam para matar?  
O pesquisador de Ufologia Luiz Ricardo Geddo é nosso entrevistado. Ele conta que um estudo estatístico internacional sobre avistamentos de OVNIs por todo o globo terrestre, feito pela ONU, revela que em 31 anos, 63.144 foram confirmados. E que o Brasil é o segundo colocado em avistamentos no mundo. Acreditando ou não, o assunto não deixa de ser interessante. Confira!


        O Fenômeno UFO

          O Dia Internacional da Ufologia é comemorado em 24 de junho. Nesta data, no ano de 1947, um piloto privado, Kenneth Arnold, avistou do seu avião sobre o monte Rainier, em Washington, uma esquadrilha de discos voadores – nove objetos. O termo “disco voador” – flying saucer - começou a se firmar por causa de um mal-entendido por parte de um repórter, Bill Bequette, que teria perguntado a Arnold como os objetos voavam e ele respondeu que voavam como discos quando jogados na água. A intenção era descrever o tipo de movimento dos objetos, não suas formas, que não eram circulares, mas daí surgiu o termo “discos voadores”, utilizado até hoje.
          A partir da divulgação da notícia, novos casos de avistamentos de Objetos Voadores Não Identificados, OVNIs (ou UFO, Unidentified Flying Object), foram divulgados. Muitas pessoas que já haviam observado fenômenos semelhantes começaram a ter coragem para se manifestar. Mas coragem maior foi de Suzana Alves, a Tiazinha, ao divulgar o avistamento de um OVNI na Marginal do Tietê, em São Paulo.
          O suposto fenômeno teve a atenção de especialistas e chegou a ser investigado, mas, como todos sabem, tratava-se do conhecido dirigível da Goodyear. Pesquisadores conseguiram da Aeronáutica informações de que o zepelim sobrevoava a região no mesmo dia, horário e localização da “nave” vista por Suzana. Desde então, a espiritualidade de Tiazinha passou a ser motivo de chacota.
          Outros relatos de discos voadores e aliens, porém, são tidos como verdadeiros. Como o do ET de Varginha, em 1996. Em janeiro daquele ano, moradores relataram ter visto uma nave com dificuldade de vôo, do tamanho de um microônibus, distante cerca de 10 km do Centro de Varginha, Minas Gerais. Bombeiros foram chamados, após isso, para capturar um incomum animal que apareceu na mata. Três jovens adolescentes que o viram, próximo a um muro, disseram que ele tinha a pele brilhante, como se fosse oleosa, olhos vermelhos e três protuberâncias na cabeça, como chifres (e por isso o associaram ao diabo). O suposto ET, de pouco mais de um metro, olhou para elas e agachou, aparentemente com medo. As meninas fugiram assustadas.
          Luiz Ricardo Geddo, pesquisador de Ufologia, diz que não se sabe realmente se era um ser ou um animal treinado, “pois eles (os extraterrestres) também se utilizam de animais treinados, como os nossos cães”, explicou. Duas das estranhas criaturas, uma viva e outra morta, teriam sido levadas por militares da cidade mineira para a Unicamp, Universidade de Campinas, em São Paulo, tendo ficado sob os cuidados do conhecido médico legista Badan Palhares. O legista, no entanto, nega que esteve envolvido na autópsia das criaturas capturadas em Varginha.
          A Companhia de Bombeiros de Varginha chegou a publicar num jornal local uma declaração oficial, onde afirmava não ter sido acionada para atendimento deste tipo de ocorrência e que nem esteve no local onde se presume que tenham ocorrido tais fatos. O caso foi, portanto, negado. "Mas é verdadeiro", insiste Geddo. Moradores teriam presenciado a movimentação incomum de veículos militares na ocasião. E de acordo com informação de pesquisadores, o soldado Marco Eli Chereze, que participou da operação e agarrou um dos seres sem proteção alguma, acabou falecendo de septicemia cerca de 15 dias depois.
          Trata-se do caso mais famoso já registrado no Brasil na área da Ufologia e conhecido mundialmente. Já o caso mais intrigante no mundo é o de Roswell, cidade no estado do Novo México, ao sul dos Estados Unidos, onde, na noite de 4 de julho de 1947, um UFO teria caído. O comandante da base áerea de Roswell, para onde o material foi encaminhado, divulgou a notícia de que o exército havia encontrado o objeto, mas sua versão depois foi modificada e ele afirmou tratar-se de um balão meteorológico.
          Não há muito de oficial no que está relacionado à divulgação de algum chefe de Estado sobre a existência de vida em outros planetas ou UFOs, mas, segundo Geddo, a Força Aérea Francesa reconhece, desde 1954, a existência de objetos voadores não identificados. Um piloto francês, inclusive, estuda o possível modo de propulsão dessas naves. “Além disso, a Força Aérea Espanhola hoje começa a abrir os arquivos, graças ao rei Juan Carlos, que gosta do assunto, e a Força Aérea Belga já divulgou casos na Bélgica, como o de dois caças F-16 que perseguiram um objeto triangular no céu da Bélgica, nos anos 90”, prossegue o ufólogo.
          Recentemente, um oficial do Comando Aeroespacial de Defesa dos Estados Unidos informou que OVNIs sobrevoaram a sede do Congresso norte-americano na noite de 26 de julho de 2002, em Washington, obrigando a Força Aérea a mobilizar dois caças F-16 para persegui-los.
Controladores de vôo do aeroporto local também teriam notado objetos não identificados na tela de seus radares. Mas os pilotos dos caças acabaram não encontrando nada e retornaram à base. Também em Washington, OVNIs teriam sido perseguidos 50 anos antes, por caças F-24, em julho de 1952.
          Sem saber explicar o motivo, Geddo diz que os UFOs gostam de acompanhar guerras. Na Guerra do Golfo, por exemplo, os caças da Força Aérea Americana e da OTAN, Organização do Tratado do Atlântico Norte, chegaram a tentar interceptar o que eles pensavam ser aeronaves ou mísseis do Iraque, quando perceberam, com a aproximação, que eram objetos voadores não identificados que estavam na região. 
          Questionado sobre qual o interesse das autoridades governamentais em abafar esse tipo de assunto, o pesquisador explica que uma civilização dessas pode nos mostrar, por exemplo, fontes de energia diferentes do petróleo (não poluentes), quebrando a economia mundial. “Se esses seres chegassem aqui com um modelo político diferente, será que os nossos políticos abririam mão do seu poder para adotar um sistema melhor? Destruiria a nossa sociedade como ela é conhecida hoje. Será que você vai querer abrir mão, sendo líder de uma Nação?” Para muitas religiões também não seria interessante, porque elas pregam a unicidade do ser humano no Universo, opina Geddo.
          Estudos mostram, diz o ufólogo, que dezenas de raças de extraterrestres visitam nosso planeta. São seres que medem desde 80 centímetros a 3,7 metros, humanóides (com cabeça, tronco e membros, como nós), variando apenas no formato dos olhos, orelhas, boca e cabelos. Não existem, como nos filmes, seres com tentáculos e formas monstruosas. Geddo revela que os contatos são feitos de três formas: em idioma totalmente desconhecido, no idioma existente em nosso planeta (de acordo com o local do contato) ou telepaticamente.
          Muitos ETs não se adaptam às condições atmosféricas e climáticas daqui, tendo que usar equipamentos, como os utilizados por astronautas na Lua. Outros se adaptam perfeitamente, significando que o planeta de onde vêm possui condições semelhantes às da Terra. São raros os casos de abdução (sequestro) em que as pessoas não voltam. Há relatos de que pessoas que são levadas para dentro das naves, passam por uma série de exames, com amostras retiradas de pele, cabelo, unha, esperma (no caso de homens) e óvulos (no de mulheres). Essas informações são obtidas através de regressão hipnótica, já que as pessoas abduzidas em muitos casos não têm consciência do acontecido. Mas o contato dos extraterrestres geralmente é pacífico.
          O ufólogo comenta que eles demonstram uma grande preocupação pela nossa ecologia e sobre o (que consideram absurdo) arsenal nuclear existente em nosso planeta. E (quem diria!) alguns seres têm preocupação com a espiritualização do ser humano, que não estaria acompanhando todo o poderio técnico adquirido, tornando o caminho trilhado pelo homem muito perigoso, conta Geddo, lembrando que é preciso dissociar da Ufologia aquela imagem única que temos dos fenômenos apresentados em filmes de ficção. Ele cita, porém, a série Arquivo X até o final do terceiro ano, como sendo fiel ao que estuda a Ufologia.
          Luiz Ricardo Geddo pesquisa esses fenômenos há 34 anos. Seu interesse começou quando teve uma série de avistamentos na segunda metade dos anos 60. Conversando com professores de Ciências, ele não obteve resposta para suas dúvidas. Chegou a ver “luzes que faziam manobras no céu a grande altura e altíssima velocidade”. Acabou descobrindo um livro do seu avô chamado “Os Discos Voadores”, que explica em parte aquilo que ele havia visto. E a partir daí começou a se interessar mais, a procurar outras obras, tornando-se hoje um especialista.

Curiosidades:

- O primeiro avistamento de um OVNI ocorreu no ano 1450 aC.
- Na Segunda Guerra, todas as missões de bombardeios eram acompanhadas por pequenas esferas luminosas, os chamados foo-fighters – combatentes fantasmas.
- Foi descoberta nos EUA uma pegada fossilizada de um pé calçando bota tamanho 42, há 350 milhões de anos, época em que não se usava calçados no planeta Terra.
- O Brasil é o segundo país em número de avistamentos e só não é o primeiro por causa da baixa densidade populacional da região amazônica, uma das regiões de maiores índices de avistamento no mundo.
- Pesquisa oficial da ONU confirmou 63.144 avistamentos de UFOs em todo o mundo, de 1947 a 1978, resultando numa média anual de 2037 casos, ou 170 por mês, 6 por dia.
- De 1.147 casos de UFOs estudados de 1948 a 1952, a Força Aérea dos EUA constatou que 25% deles eram autênticos. - O maior evento de Ufologia no mundo acontece anualmente em Las Vegas.



(Luciana de Melo - locutora e jornalista)