O tempo voa





O Natal está chegando.
“Imagina!”, você pode dizer. “Ainda falta muito tempo!”
Mas o tempo que falta para o Natal depende de como você viverá seus dias até lá. Sim, porque o tempo é relativo, isso você já sabe. Este ano passou mais rápido que 2013? E o ano de 2013 foi mais rápido que 2012? Quando você era criança o Natal demorava muito mais a chegar? 

Pois é, o tempo continua voando.
Será mesmo? O tempo está passando rápido demais ou é a percepção que temos do tempo que nos dá essa impressão?
Por que os dias, meses e anos demoravam tanto a passar
quando éramos crianças?

Recebi um e-mail, certa vez, com uma explicação interessante e que me pareceu lógica (embora não tenha encontrado respaldo científico para essa teoria). No início de nossas vidas estamos em fase de aprendizado e vivemos diversas experiências pela primeira vez.
Já adultos, quando vivemos uma situação conhecida, quando as experiências começam a se repetir, nosso cérebro não precisa trabalhar para absorver a nova informação, ela já está lá. Então, quando realizamos tarefas automáticas é como se aquele tempo de execução não existisse, passamos batido por ele. Qual a conclusão a partir desse raciocínio? A rotina faria o tempo passar mais rápido.

Achei interessante a explicação porque tenho mesmo essa sensação de que o tempo “rende” quando saio da rotina. Já percebeu que quando aproveitamos melhor o fim de semana, visitando lugares diferentes, pessoas diferentes, enfim, fazendo coisas diferentes, temos a impressão de que demorou mais para passar? Já quando ficamos em casa em frente à TV, mal nos damos conta e foi-se embora o fim de semana.
Mesmo gostando da abordagem do tema desta maneira, fui dar uma pesquisada e cheguei a um artigo da revista Super Interessante, que diz que a culpa é da tecnologia:

“Pesquisadores afirmam que uma pessoa hoje sente que ele (o tempo) passa mais rápido do que para alguém que viveu há cem anos. E dão até uma estimativa de quanto: de 1,08 vez, para quem tem 24 anos, a 7,69 vezes, para quem tem 62 anos. A diferença seria causada pelo período de exposição à vida em alta velocidade”.

A mesma matéria mostra uma explicação bioquímica para essa percepção do ritmo acelerado de horas e dias:

“À medida que envelhecemos, acredita-se, cai a produção cerebral de dopamina, um neurotransmissor responsável pela sensação de energia e disposição. Esse processo pode desacelerar nosso relógio biológico. Uma experiência apresentada pelo neurocientista americano Peter Mangan mostrou como isso ocorre. Ele dividiu voluntários em três grupos etários que deveriam lhe avisar quando 60 segundos tivessem passado. Os jovens levavam, em média, 54 segundos. Os mais velhos, 67 segundos. Ou seja, os idosos eram surpreendidos pela informação de que um minuto inteiro transcorrera antes que eles se dessem conta”.

De qualquer forma, até os pesquisadores divergem sobre o que nos faz ter essa sensação de que o tempo passa tão rápido conforme vamos envelhecendo. O melhor, acredito, é aproveitá-lo, então, da melhor maneira. Saindo da rotina, por exemplo. Experimentando coisas novas, conhecendo novos lugares, pessoas, novas atividades, mudando o trajeto, o horário, buscando o novo com mais frequência.

Essas dicas parecem mesmo dar resultado. Tente você também. Mudança de estação, mudança de ano, são boas fases para se animar a experimentar o novo. Quem sabe assim seu dia volte a ter as reais 24 horas.