𝐌𝐮𝐝𝐚𝐧ç𝐚𝐬 𝐂𝐥𝐢𝐦á𝐭𝐢𝐜𝐚𝐬

Natureza em desequilíbrio e eventos extremos serão ainda mais frequentes, alertam especialistas. Os prejuízos já são sentidos e a preocupação é crescente

 
 
𝐀 𝐫𝐞𝐬𝐩𝐨𝐧𝐬𝐚𝐛𝐢𝐥𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞 𝐝𝐞 𝐜𝐚𝐝𝐚 𝐮𝐦
 
Os desequilíbrios na natureza que estamos acompanhando nos últimos tempos serão ainda mais frequentes por causa das mudanças climáticas, alertam especialistas.
 
Estamos falando dos eventos naturais fora do comum que são noticiados ultimamente, como chuvas torrenciais que provocam inundações, e ondas de calor extremo que causam mais e mais incêndios florestais. 
 
Os prejuízos à biodiversidade e aos seres humanos já são sentidos e a preocupação é crescente. 
 
𝐀𝐪𝐮𝐞𝐜𝐢𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨 𝐆𝐥𝐨𝐛𝐚𝐥
 
Meteorologistas explicam que parte da tendência do aquecimento do planeta, provocado pela emissão de gases do efeito estufa, é a diminuição dos dias frios e o aumento dos dias de temperatura mais alta. Eventos extremos de frio não deixam de ocorrer, mas são mais raros. 
 
Enquanto algumas poucas áreas do planeta podem ter ficado extremamente mais frias em alguns poucos dias, no geral, quase toda a Terra esquentou nas últimas duas a três décadas. O aquecimento da temperatura global caminha em ritmo acelerado e provoca eventos climáticos extremos, noticiados nas últimas semanas. 
 
Meteorologistas russos registraram 48 graus na cidade de Verkhojansk, em plena Sibéria. A pequena cidade montanhosa de Lytton, no Canadá, também se aproximou dos 50 graus por três dias seguidos com incêndios incontroláveis em sua mata. Em Portland, principal cidade do estado americano do Oregon, o sistema de transporte (VLT) teve de ser suspenso porque os cabos de energia derreteram. Fora o avanço das marés, tornados e outros desastres naturais recentes.
 
𝐀çõ𝐞𝐬 𝐝𝐨 𝐇𝐨𝐦𝐞𝐦
 
Como explica o WWF (Fundo Mundial para a Natureza), as mudanças climáticas podem ter causas naturais, como alterações na radiação solar e dos movimentos orbitais da Terra, ou podem ser consequência das atividades humanas. 
 
Segundo o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), órgão das Nações Unidas responsável por produzir informações científicas, há 90% de certeza que o aumento de temperatura na Terra está sendo causado pela ação do homem, por meio da emissão de gases de efeito estufa e aerossóis. 
 
O IPCC defende que para salvar o clima do nosso planeta, a humanidade terá de diminuir de 50% a 85% as emissões de dióxido de carbono (CO2) até a metade deste século. As concentrações desse gás na atmosfera aumentaram em 31% desde a Revolução Industrial e as perspectivas mais otimistas falam que essa elevação pode atingir em 2100 o dobro dos níveis anteriores à essa época. 
 
De acordo com informações do WWF, 97% do CO2 emitido pelos países industrializados do ocidente vem da queima de carvão, óleo e gás usados para produzir energia. Aproximadamente 23 bilhões de toneladas de CO2 são lançados na atmosfera anualmente, mais de 700 toneladas por segundo. Por isso a necessidade de encontrar alternativas energéticas sustentáveis. 
 
𝐎 𝐪𝐮𝐞 é 𝐩𝐨𝐬𝐬í𝐯𝐞𝐥 𝐟𝐚𝐳𝐞𝐫
 
Acordos internacionais continuam sendo costurados para lidar com as consequências das mudanças climáticas. No entanto, esses pactos, além dos compromissos de governos locais, devem ser acompanhados por ações individuais, pela responsabilidade de cada cidadão no seu cotidiano. 
 
Imagine os 8 bilhões de pessoas existentes hoje no mundo utilizando todos os recursos naturais disponíveis e devolvendo para a Terra apenas lixo e gases tóxicos. Sempre é bom lembrar que não existe “jogar fora”. Tudo que vai para a lixeira em casa, depois é encaminhado para algum lugar. 
 
Por isso a adoção de novos hábitos faz bem ao planeta e, consequentemente, a você. Se ainda não pensou sobre isso, comece pela reciclagem do lixo e, a partir daí, para outras ações que você pode adotar no dia a dia e que ajudam a diminuir o impacto das mudanças climáticas no mundo.
 
𝐕𝐞𝐣𝐚 𝐚𝐬 𝐝𝐢𝐜𝐚𝐬 𝐝𝐚 𝐖𝐖𝐅-𝐁𝐫𝐚𝐬𝐢𝐥:
 
𝐏𝐫𝐨𝐝𝐮𝐳𝐚 𝐦𝐞𝐧𝐨𝐬 𝐥𝐢𝐱𝐨
Evite comprar produtos com muitas embalagens e sempre recicle o que for possível. A decomposição do lixo libera CO₂ e metano, gases que contribuem para o efeito estufa. Em um sistema de decomposição mais ideal, esses gases são aprisionados e utilizados para produzir eletricidade.
 
𝐏𝐫𝐞𝐟𝐢𝐫𝐚 𝐭𝐫𝐚𝐧𝐬𝐩𝐨𝐫𝐭𝐞 𝐩ú𝐛𝐥𝐢𝐜𝐨
A queima de combustíveis fósseis pelos meios de transporte é a principal fonte de emissão de gases do efeito estufa nas cidades. Assim, utilizar transporte coletivo contribui para amenizar a emissão desses poluentes, além de diminuir os congestionamentos e otimizar o tempo de todos.
 
𝐂𝐨𝐧𝐬𝐮𝐦𝐚 𝐩𝐫𝐨𝐝𝐮𝐭𝐨𝐬 𝐥𝐨𝐜𝐚𝐢𝐬
Produtos produzidos localmente não necessitam ser transportados a longas distâncias e, portanto, dispensam as emissões de gases do efeito estufa que os caminhões geram ao rodar centenas e centenas de quilômetros carregando mercadorias.
 
𝐌𝐨𝐝𝐞𝐫𝐞 𝐧𝐨 𝐚𝐫-𝐜𝐨𝐧𝐝𝐢𝐜𝐢𝐨𝐧𝐚𝐝𝐨
O ar-condicionado libera gases do tipo HFC, mais potentes que o CO₂ quando se trata de prender os gases do efeito estufa na atmosfera. Ou seja, ao mesmo tempo em que resfriam o interior de ambientes, contribuem para aumentar a temperatura no exterior.
 
𝐄𝐯𝐢𝐭𝐞 𝐨 𝐮𝐬𝐨 𝐝𝐨 𝐩𝐥á𝐬𝐭𝐢𝐜𝐨
O plástico é feito a partir do petróleo e no seu processo de fabricação emitem-se muitos gases nocivos. Troque as garrafas e copos plásticos por copos de vidro e garrafas reutilizáveis, como as de alumínio. Evite as sacolas plásticas e ande sempre com ecobags. Não use mais canudinhos e sempre que for à praia, leve embora com você todos os resíduos.
 
(𝐏𝐨𝐫 𝐋𝐮𝐜𝐢𝐚𝐧𝐚 𝐝𝐞 𝐌𝐞𝐥𝐨)
 



 
Fotos: Chuvas na Europa - Alemanha afetada por inundações (Reuters e EPA)